A Câmara Municipal de São Paulo passou a transmitir, através da TV Câmara, a sessão plenária na linguagem brasileira de sinais, conhecida como sistema de Libras. Por meio dela, pessoas que possuem deficiência de audição poderão acompanhar ao vivo as discussões e votações de projetos realizados nas dependências do Legislativo.
A introdução da transmissão em libras foi uma iniciativa da Mesa Diretora e por uma idéia semelhante de 2006 do Vereador Attila Russomanno (PP) "Durante uma audiência pública, uma portadora de deficiência auditiva pediu que fosse adotada a linguagem de libras na Casa. O presidente da Câmara ficou sabendo e determinou imediatamente a implementação", disse o vereador.
"Os deficientes auditivos ficam excluídos em sua totalidade. Eles também precisam participar e conviver com a sociedade. É importante dar esse direito de cidadania a todos. Hoje, só na Capital, são aproximadamente 250 mil deficientes auditivos que são beneficiados”, disse o Vereador Attila Russomanno, que levou sua sugestão ao conhecimento do atual presidente da Casa.
Segundo Andrey Lemes da Cruz, 26 anos, tradutor e intérprete de Libras e um dos responsáveis pela transmissão no plenário, o trabalho de tradução na Câmara tem certo grau de dificuldade por seus termos técnicos. "Para o profissional atuar dentro do Legislativo, ele precisa ter uma certa experiência em lidar com termos de políticas publicas e conhecimento de como é composto os trabalhos nessa Casa", esclareceu.
Sobre a dificuldade de lidar com a quantidade de informações simultâneas que ocorrem durante cada sessão de debate entre os parlamentares, Cruz esclarece que o sistema de libras não utiliza apenas sinais soltos com as mãos. "Usamos também a expressão corporal e facial. Com isso, consigo determinar qual é o tom daquele plenário, se é um momento de discussões mais acaloradas ou se o debate ocorre de forma mais tranqüila e pausada", disse.